Medicina regenerativa é a ciência que explora o potencial das células-tronco para reparar tecidos danificados e tratar doenças anteriormente sem cura. Esta área promissora está atualmente em fase experimental, mas já oferece esperanças significativas para avanços médicos futuros. 

A medicina regenerativa com uso das células-tronco é uma das áreas da saúde que mais tem gerado expectativas nos últimos anos. Esta nova terapia celular poderá, em um futuro próximo, ser uma poderosa ferramenta que ajudará os médicos a tratar, ou mesmo melhorar métodos convencionais para algumas doenças de difícil tratamento.  

Ela utiliza a capacidade natural que o nosso corpo possui de regenerar de forma rápida e eficaz os tecidos envelhecidos ou lesionados. Quer saber mais sobre essa possível realidade futura? Continue a leitura!

A medicina regenerativa já é uma realidade? 

É importante destacar que o uso terapêutico das células-tronco ainda está em fase experimental. O que se observa em diferentes partes do mundo é que os resultados apresentados com esta nova terapia, realizada em diferentes serviços médicos de referência, são promissores e oferecem novas esperanças para o tratamento de diversas doenças crônicas para as quais ainda não existem soluções com a medicina convencional.

Hoje em dia, quando falamos em terapia celular, estamos nos referindo especificamente ao uso de células-tronco mesenquimais adultas, que são capazes de se autorregenerar ao longo de toda a vida no corpo do ser humano. Isso ocorre porque nossa capacidade de repor e regenerar qualquer perda de tecido é mantida devido à existência das células-tronco em nosso corpo. Estas células são ativadas em situações de trauma tecidual, principalmente devido ao aumento de fatores inflamatórios que induzem a secreção de fatores bioativos (citocinas) que, por sua vez, ativam as células-tronco existentes em nosso corpo para atuar no processo de regeneração tecidual.

Como as células-tronco são extraídas do corpo? 

As células-tronco estão presentes em diversas partes do nosso corpo e podem ser coletadas em vários órgãos e tecidos, sendo a medula óssea e o tecido adiposo as principais fontes de extração mais utilizadas na terapia celular. O tecido adiposo é mais utilizado devido à sua maior quantidade e facilidade de remover as células em relação aos outros órgãos e tecidos. 

Como a medicina regenerativa atua na Otorrinolaringologia e na Cirurgia de Cabeça e Pescoço?  

Em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, a medicina regenerativa é uma especialidade que está se expandido rapidamente e sendo usada para restaurar cartilagens, ossos e tecido conjuntivo; mostrando ser viável em ensaios clínicos e pré-clínicos. Porém, o grande desafio permanece sendo restaurar órgãos e tecidos complexos, como é o caso da laringe e das pregas vocais. Infelizmente, o tratamento da estenose laringotraqueal também continua sendo um dos maiores desafios dentre as enfermidades existentes na Laringologia. 

Acreditamos, com base em estudos científicos já realizados, que as principais ações das células troncos – ou seja: imunomoduladora, anti-inflamatória e pró-angiogênica – poderá atuar de modo satisfatório em doenças crônicas da laringe, que são afetadas principalmente por mecanismos anormais e desregulados do processo fisiopatológico de cicatrização de feridas existente no enfermo, por exemplo, a estenose laringotraqueal e a cicatriz da prega vocal.

Dr. Francisco Amorim no curso de Certificação da ISSCA – Internacional Society For Stem Cell Application 

Cancún, México.

Particularmente diante da estenose laringotraqueal, as células-tronco presentes neste tecido doente irão reduzir e controlar o processo inflamatório local, favorecendo a formação de uma nova cicatriz mais harmoniosa e menos hipertrófica, mantendo com isso uma via aérea permeável (sem obstrução) e consequente resolução de um grave problema. 

Embora a terapia com células-tronco tenha evoluído em diversas especialidades médicas, ainda existem muitos obstáculos a serem superados antes que esta nova ferramenta de tratamento regenerativo possa ser utilizada na prática clínica diária. Só assim, o sonho da verdadeira regeneração dos tecidos, que a humanidade persegue desde a mitologia de “Prometeu”, deixará de ser uma ficção e se converterá em uma realidade.