Dificuldade para respirar depois de uma intubação na UTI? Pode ser estenose laringotraqueal – entenda melhor
Você já ouviu falar em intubação?
Esse é um procedimento muito usado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para ajudar as pessoas a respirarem.
Mas em alguns casos, pode deixar cicatrizes que dificultam a respiração, a fala e a deglutição depois da alta.
Neste post, vamos explicar o que é a estenose laringotraqueal como ela pode afetar a vida de quem passou por uma intubação por um longo período.
Continue a leitura!
O que é a intubação e por que ela é feita na UTI?
Em situações graves, como em casos de pneumonia, infecções generalizadas, traumas (acidentes) ou outras doenças, algumas pessoas precisam ser levadas para a UTI.
Nessas situações, o corpo pode não conseguir respirar sozinho – e é aí que entra a intubação.

A intubação é um procedimento em que um tubo é colocado pela boca até a traqueia (o “cano” por onde o ar passa para os pulmões).
Esse tubo é ligado a um respirador, que ajuda ou até assume completamente a respiração da pessoa. É um recurso fundamental, que salva vidas todos os dias.
Na maioria dos casos, a pessoa se recupera, o tubo é retirado e a vida segue normalmente.
Mas, em alguns casos em que a intubação precisa durar muitos dias ou até semanas, podem surgir complicações.
Uma dessas complicações é chamada de estenose laringotraqueal. Entenda melhor a seguir.
O que é a estenose laringotraqueal?
A estenose laringotraqueal é uma condição em que as vias aéreas – ou seja, a garganta (laringe) e a traqueia – ficam mais estreitas do que o normal.

Para entender melhor, imagine um canudo por onde você sopra ou bebe algo.
Agora, pense nesse canudo sendo apertado com os dedos. O ar ou o líquido que passa por ali vai ter mais dificuldade, certo?
É exatamente isso que acontece com a estenose: a “passagem do ar” fica mais fina e o ar encontra dificuldade para passar.
Esse estreitamento costuma acontecer por causa de uma cicatrização anormal no local onde o tubo da intubação ficou apoiado por muitos dias.
O corpo tenta se proteger, forma tecido de cicatriz, mas esse tecido acaba “fechando” parte da via aérea.
Quais são os graus da estenose laringotraqueal?
A estenose laringotraqueal pode ser mais leve ou mais grave, dependendo do quanto a via aérea está obstruída.
Para facilitar o diagnóstico e definir o melhor tratamento, os médicos classificam a estenose em quatro graus:
Grau I – obstrução de até 50%
É o grau mais leve. A passagem de ar ainda é relativamente preservada e os sintomas podem ser mais discretos, como cansaço ao falar ou falta de ar em atividades físicas.
Grau II – obstrução entre 51% e 70%
Neste grau, a dificuldade para respirar já é mais evidente, podendo causar limitação nas atividades do dia a dia e maior cansaço ao esforço.
Grau III – obstrução entre 71% e 99%
A passagem de ar está bastante comprometida. Os sintomas são mais intensos e podem incluir falta de ar em repouso, voz fraca ou ausência de voz.
Grau IV – obstrução total ou quase total da via aérea
É o grau mais grave. O ar não consegue mais passar. A pessoa pode não conseguir falar nem respirar sem ajuda e, muitas vezes, precisa de uma traqueostomia (um orifício no pescoço para permitir a respiração) e até alimentação por sonda, já que não consegue engolir.
Quais são os sintomas da estenose laringotraqueal?
Os sintomas da estenose laringotraqueal podem variar de pessoa para pessoa, mas todos estão ligados à dificuldade na passagem do ar pelas vias respiratórias.
Veja os sinais mais comuns:
- Falta de ar
- Cansaço ao falar
- Rouquidão
- Tosse constante, sem causa aparente, como gripe ou alergia
- Chiado no peito, que pode parecer uma crise de asma, mas que não melhora com medicação comum.
Em casos mais graves, a pessoa pode não conseguir falar nada – a voz simplesmente não sai.
Além disso, o estreitamento da via aérea pode afetar também a deglutição, dificultando a alimentação.
Quando isso acontece, alguns pacientes precisam usar uma sonda para se alimentar, já que não conseguem engolir com segurança.
É importante saber que esses sintomas nem sempre aparecem imediatamente após a alta da UTI.
Em muitos casos, eles só surgem semanas ou até meses depois da intubação, o que pode atrasar o diagnóstico.
Como é feito o diagnóstico?
Para confirmar se há estenose laringotraqueal, o médico pode solicitar alguns exames, como:
- Endoscopia das vias aéreas: chamado de laringoscopia, nesse exame, um pequeno tubo com câmera é inserido pela boca ou pelo nariz para visualizar diretamente o interior da garganta e da traqueia.
- Tomografia de tórax ou pescoço: exame de imagem que mostra com detalhes se há estreitamento e onde ele está localizado.
A estenose laringotraqueal tem tratamento?
Sim! Existem tratamentos eficazes para a estenose laringotraqueal – que também dependem do grau de estreitamento e da localização do problema, mas as principais opções incluem:
- Dilatação das vias aéreas: um procedimento em que balões especiais são usados para “abrir” a região estreitada.
- Cirurgia: em casos mais avançados, pode ser necessário retirar a parte afetada e reconstruir a via aérea.
- Tratamentos com laser: usados para remover o excesso de tecido e melhorar a passagem do ar.
Em alguns casos, pode ser necessário mais de um procedimento, feito por etapas.
O mais importante é saber que, com o tratamento certo, a respiração pode melhorar muito e o paciente pode voltar a ter mais qualidade de vida — respirar melhor, falar com mais facilidade e, em muitos casos, voltar a se alimentar normalmente.
Agora você já sabe que a estenose laringotraqueal pode ser causada por uma intubação prolongada, dificultando a passagem do ar e que os sintomas mais comuns incluem falta de ar, chiado ao respirar, cansaço ao falar ou ao fazer esforços leves, e até mudanças na voz.
Sabe também que, com o acompanhamento de um especialista e o diagnóstico correto, é possível tratar a estenose e recuperar a qualidade da sua respiração — e, com isso, a sua qualidade de vida também.
Se você sente esses sintomas ou conhece alguém que esteja passando por isso, o Instituto da Tireoide & Laringe está pronto para te ajudar.
Entre em contato conosco, estamos prontos para acolher, orientar e oferecer o tratamento adequado para o seu caso.
O que é estenose laringotraqueal?
É o estreitamento das vias aéreas (garganta e traqueia), que dificulta a passagem do ar e pode causar sintomas respiratórios.
Por que a intubação pode causar estenose laringotraqueal?
Quando a intubação é prolongada, pode haver lesões nas vias aéreas, levando à formação de cicatrizes que estreitam a passagem do ar.
Quais são os principais sintomas da estenose laringotraqueal??
Falta de ar, cansaço ao falar, rouquidão persistente, tosse constante e chiado no peito são os sinais mais comuns.
Quanto tempo após a alta da UTI os sintomas podem aparecer?
Os sintomas podem surgir semanas ou até meses após a alta, mesmo que a pessoa tenha se sentido bem inicialmente.
Estenose laringotraqueal tem cura?
Sim. Existem tratamentos eficazes como dilatação, cirurgia ou laser, que podem melhorar muito a respiração e a qualidade de vida.
Quais são os graus da estenose laringotraqueal?
Ela é classificada de Grau I (leve) a Grau IV (grave), conforme o nível de obstrução da via aérea.