Instituto da Tireoide e Laringe

Câncer de Tireoide: a idade é um fator de risco?

Você já ouviu falar em um procedimento pouco invasivo que possa tratar nódulo na tireoide sem deixar cicatrizes? Parece algo do futuro, não é mesmo? Mas na verdade, essa técnica já existe e tem sido cada vez mais utilizada pelos médicos em todo o mundo. Estamos falando da radioablação, um tratamento minimamente invasivo que utiliza ondas de calor para destruir o tecido do nódulo da tireoide, sem a necessidade da realização da cirurgia convencional.  

Se você está curioso para saber mais sobre essa técnica revolucionária, continue lendo este texto!

O que é a radioablação da tireoide? 

A radioablação da tireoide é um procedimento médico pouco invasivo utilizado para tratar nódulos benignos na tireoide. É importante ressaltar que a maioria dos nódulos na tireoide são benignos e não apresentam risco iminente à saúde. No entanto, em alguns casos, devido ao crescimento lento e progressivo desses nódulos, pode ser necessário algum tipo de tratamento para evitar desconforto cervical e estético devido à compressão no pescoço, dificuldade ou dor ao engolir alimentos, ou até mesmo a produção excessiva de hormônios tireoidianos, resultando em hipertireoidismo. 

Embora a cirurgia possa ser uma opção eficaz em casos específicos, é importante considerar que ela pode resultar em cicatrizes visíveis no pescoço, o que pode ser indesejável para alguns pacientes. Além disso, os efeitos a longo prazo da remoção da tireoide podem apresentar desafios para os pacientes. Por exemplo, após uma cirurgia parcial da tireoide, é possível desenvolver hipotireoidismo, o que requer a administração de medicação na forma de hormônio em comprimido pelo resto da vida. Esse quadro é especialmente relevante em casos de tireoidectomia total, ou seja, a remoção completa da glândula tireoide. 

 

Quais são os tratamentos disponíveis para nódulos na tireoide? 

Atualmente, há duas opções principais para tratar nódulos benignos na tireoide: a cirurgia convencional, que envolve uma incisão no pescoço para a retirada parcial ou total da glândula tireoide, e a moderna técnica da radioablação. Para pacientes que não desejam se submeter à cirurgia convencional ou que não têm condições clínicas para isso, a radioablação da tireoide é uma opção viável e avançada. 

O procedimento de radioablação consiste na introdução de uma agulha fina no nódulo da tireoide, guiada por ultrassonografia, sem a necessidade de incisões, resultando em um procedimento não invasivo. Utilizando um gerador de radiofrequência, o médico aplica uma quantidade controlada de energia por meio do eletrodo (agulha fina) diretamente na tireoide para ablação do nódulo. Com o calor térmico sustentado pela radiofrequência, o nódulo degenera ao longo do tempo, reduzindo progressivamente seu tamanho e melhorando os sintomas e o desconforto estético associado ao seu aumento no pescoço.  

É importante ressaltar que nem todos os nódulos tireoidianos são passíveis de tratamento, seja cirúrgico ou por radioablação, portanto, em caso de dúvidas, é recomendável buscar orientação de um especialista, que poderá oferecer as melhores orientações e cuidados específicos para cada situação. 

Por que escolher radioablação como tratamento do nódulo na tireoide? 

A radioablação apresenta diversas vantagens. Veja quais são: 

Preservação do tecido tireoidiano saudável 

Ao contrário da cirurgia convencional, a radioablação minimamente invasiva permite preservar o tecido tireoidiano saudável, facilitando o funcionamento normal da tireoide sem a necessidade de medicação hormonal vitalícia. 

Anestesia local 

A radioablação é realizada com anestesia local, o que torna o procedimento mais confortável para o paciente. 

Curta permanência hospitalar 

Devido à sua natureza minimamente invasiva e ao uso de anestesia local, a permanência no hospital é geralmente breve, permitindo que o paciente retorne para casa no mesmo dia. 

Recuperação mais rápida 

Os pacientes submetidos à radioablação geralmente experimentam uma rápida recuperação, permitindo-lhes retomar suas atividades diárias em pouco tempo, sem a necessidade de um longo período de repouso ou afastamento do trabalho. 

Baixa taxa de complicações 

Comparado à cirurgia convencional, a radioablação apresenta uma baixa taxa de complicações, tornando-a uma opção segura para o tratamento de nódulos tireoidianos benignos. 

Ausência de cicatriz 

Diferentemente da cirurgia convencional, que pode deixar cicatrizes no pescoço, a radioablação é um procedimento que não resulta em cicatrizes visíveis, proporcionando resultados estéticos favoráveis. 

É importante discutir essas vantagens com um médico especialista para determinar se a radioablação é a opção mais adequada para cada caso específico.  

O procedimento é doloroso? 

A administração de anestesia local antes do procedimento geralmente resulta em poucos pacientes sentindo dor durante a radioablação. Durante o procedimento, é comum experimentar uma sensação de pressão no pescoço, mas a dor é geralmente mínima. Alguns pacientes podem sentir calor ou desconforto no pescoço, que ocasionalmente pode irradiar para a orelha ou mandíbula. Após a conclusão do procedimento, o paciente receberá uma bolsa de gelo para aplicar no local da punção, juntamente com analgésicos, se necessário, para alívio adicional do desconforto. 

Quantos tratamentos são necessários? 

A necessidade de procedimentos adicionais após a radioablação depende do tamanho e do número dos nódulos a serem tratados. Em muitos casos, o primeiro procedimento resulta em uma diminuição significativa do tamanho do nódulo e uma melhora dos sintomas clínicos. No entanto, se o nódulo tratado estiver próximo dos nervos da prega vocal ou se for muito grande e volumoso, pode ser necessário realizar procedimentos adicionais posteriormente para reduzir ainda mais o tamanho do nódulo a ser tratado. 

O procedimento deixará cicatriz? 

Não. Ele é realizado com uma agulha fina. Pequenas marcas de agulha podem permanecer no pescoço por um ou dois dias após o procedimento, mas não deixarão nenhuma cicatriz visível no pescoço.

A radioablação preserva a função hormonal da glândula tireoide? 

Sim, outra grande vantagem é que a técnica da radioablação pode preservar as funções hormonais da tireoide, evitando que o paciente desenvolva hipotireoidismo. Diferentemente da cirurgia, que pode envolver a remoção de uma parte significativa da tireoide, resultando em deficiência de hormônios tireoidianos e à necessidade de suplementação hormonal, a radioablação é direcionada somente para o nódulo a ser tratado, preservando o restante da glândula.  

A radioablação é um procedimento de risco? 

Como todo procedimento, existem riscos, no entanto, a radioablação apresenta taxas de complicações relativamente baixas, sendo a dor leve a mais comum. Comparada à cirurgia, que pode apresentar complicações mais graves, a radioablação é uma opção mais segura e com menor risco de efeitos colaterais. A taxa de sucesso torna a técnica uma opção atrativa para pacientes que procuram um tratamento eficaz e com menores riscos.

Qualquer pessoa pode realizar o tratamento? 

A radioablação geralmente é recomendada para pacientes que apresentam nódulos benignos na tireoide que causam sintomas como dor, pressão ou compressão na garganta. Além disso, é indicada quando os nódulos estão crescendo rapidamente, aumentando o risco de compressão de outras estruturas próximas no pescoço, ou quando há preocupação com desconforto estético. 

Além disso, a radioablação pode ser indicada para pacientes que preferem uma abordagem menos invasiva em relação à cirurgia ou para aqueles pacientes que apresentam condições clínicas inadequadas e que torna a cirurgia convencional um procedimento de alto risco. A decisão de indicar a radioablação como tratamento para nódulo na tireoide deve ser tomada pelo médico especialista após uma avaliação completa do paciente e do seu nódulo, considerando os riscos e benefícios de cada opção de tratamento disponível. Se você quer saber se essa é a melhor técnica para o seu caso, agende uma avaliação no Instituto da Tireoide&Laringe.

Dr. Francisco Amorim

Dr. Francisco Amorim

Dr. Francisco Amorim é Doutor pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Mestre pelo Hospital Heliópolis. Ele é Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (TCBC) e atua como médico credenciado nos Hospitais Mater Dei Premium e Israelita Albert Einstein, em Goiânia-GO.
Membro ativo da Sociedade Latino-Americana de Laringologia e Fonocirurgia, Sociedade Latino-Americana da Tireoide, Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
É diretor técnico do Instituto da Tireoide & Laringe (ITL), além de pesquisador e autor de artigos na área, destacando-se por sua contribuição significativa à ciência médica.

CONHEÇA MAIS SOBRE O AUTOR
Abrir bate-papo
Olá, Precisa de ajuda?