Instituto da Tireoide e Laringe

Íngua que não some: é preocupante? Saiba identificar os sinais

Encontrar uma íngua (nome popular para os gânglios ou linfonodos aumentados) costuma gerar preocupação.  

Em muitos casos, elas aparecem após infecções simples e desaparecem em poucos dias. Mas quando a íngua não some ou continua crescendo, pode ser sinal de algo que precisa ser investigado. 

Neste artigo, você vai entender o que é uma íngua, por que ela aparece, quando pode ser preocupante, quais exames podem ser necessários e como é feito o tratamento. 

Continue conosco! 

O que é íngua? 

Íngua – ou caroço no pescoço – é o nome popular dado ao linfonodo aumentado. 

Os linfonodos são pequenas estruturas que fazem parte do sistema linfático e funcionam como filtros de defesa do organismo.  

Eles aumentam de tamanho quando há alguma reação de defesa contra vírus, bactérias ou inflamações. 

Normalmente, após o organismo controlar a infecção, o linfonodo volta ao tamanho normal. Quando isso não acontece, é preciso investigar. 

 

Principais sintomas de uma íngua 

Além do aumento visível ou palpável do linfonodo, outros sintomas podem estar associados: 

  • dor ou sensibilidade na região do gânglio; 
  • vermelhidão ou calor local; 
  • febre; 
  • mal-estar; 
  • íngua endurecida e que continua crescendo. 

Essas características ajudam o médico a diferenciar entre causas benignas e problemas mais sérios. 

Causas comuns de íngua que não desaparece 

As ínguas persistentes podem ter várias origens. A seguir, explicamos cada uma delas: 

Infecções 

São a causa mais frequente. Pode ser algo simples, como gripe, dor de garganta, amigdalite, infecção de ouvido, abscesso dentário ou até doenças transmitidas por vírus (como mononucleose ou HIV). 

Em geral, o linfonodo aumenta e leva alguns dias ou semanas para voltar ao normal.

Inflamações crônicas 

Doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, podem manter linfonodos aumentados por mais tempo devido à inflamação constante no organismo. 

Alterações locais 

Infecções de pele (furúnculos, micoses ou machucados) próximas à íngua podem fazer com que ela permaneça aumentada até a resolução completa do problema. 

Doenças hematológicas ou câncer 

Quando a íngua não desaparece, cresce progressivamente, é dura e não dói, pode estar relacionada a linfoma, leucemia ou metástases de tumores (como câncer de cabeça e pescoço). 

Nem toda íngua é câncer, mas esse diagnóstico precisa ser considerado em casos persistentes. 

Quando a íngua é preocupante? 

Procure atendimento médico se a íngua apresentar uma ou mais dessas características: 

  • Persistência por mais de 3–4 semanas sem sinais de melhora. 
  • Crescimento progressivo. 
  • Endurecida, com consistência rígida. 
  • Não dolorosa ao toque. 
  • Associada a perda de peso sem explicação, suor noturno ou febre prolongada. 

Esses sinais de alerta devem ser avaliados por um especialista em cabeça e pescoço. 

Exames que o médico pode solicitar 

Para descobrir a causa de uma íngua persistente, o médico pode solicitar diferentes exames.  

Entre eles estão os exames de sangue, que ajudam a identificar sinais de infecção, inflamação ou alterações hematológicas. A ultrassonografia da região também é bastante utilizada, pois permite avaliar o tamanho, o formato e as características do linfonodo.  

Em casos que exigem uma análise mais detalhada, podem ser recomendadas a tomografia ou a ressonância magnética, que fornecem imagens mais precisas.  

Diante de um processo infeccioso inconclusivo (ou seja, não ficou definido o agente agressor), sem melhoras com tratamento clínico inicial, temos que lançar mão das pesquisas e culturas diversas, que são feitas após a realização da biópsia deste linfonodo, para só então termos o diagnóstico de certeza e consequente tratamento adequado. 

Outra situação em que recorremos à biópsia destes linfonodos é quando existe a suspeita de câncer ou linfoma. O exame definitivo costuma ser feito com a biópsia do linfonodo (histopatológico), que irá analisar o tecido em profundidade e confirmar o diagnóstico de malignidade. 

Quais são os tratamentos possíveis nesses casos? 

O tratamento das ínguas que não desaparecem depende diretamente da causa identificada.  

Quando a origem é uma infecção bacteriana, geralmente o médico prescreve antibióticos. 

Já nas infecções virais, a recomendação costuma ser repouso, hidratação e cuidados sintomáticos até a melhora espontânea do organismo.  

Em situações relacionadas a doenças autoimunes, o acompanhamento com reumatologista é fundamental para controlar a inflamação.  

Nos casos de câncer ou linfoma, o tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia, conforme a avaliação médica. Por isso, não existe um tratamento único: identificar corretamente a causa é essencial para garantir a recuperação adequada. 

Agora você sabe que, na maioria das vezes, a íngua aparece como resposta natural do corpo a infecções. Porém, quando não some ou apresenta sinais de alerta, pode indicar problemas mais sérios que precisam de diagnóstico precoce. 

Instituto da Tireoide & Laringe está à disposição para te atender, realizar uma avaliação detalhada e indicar os exames e tratamentos necessários para sua saúde e tranquilidade. 

Perguntas Frequentes

1. Toda íngua é sinal de câncer?

Não. A grande maioria das ínguas está relacionada a infecções comuns. Porém, ínguas que não desaparecem devem ser investigadas para descartar doenças mais sérias.

2. Quanto tempo uma íngua pode durar? 

Ínguas por infecção simples geralmente desaparecem em 1 a 2 semanas. Se persistirem por mais de 3 a 4 semanas, é hora de procurar um médico. 

3. Íngua que dói é menos preocupante? 

Em geral, sim. As ínguas dolorosas costumam estar relacionadas a infecções. Já as que não doem, crescem e ficam endurecidas, merecem investigação mais detalhada. 

4. Posso tratar íngua em casa? 

Apenas em casos leves, quando a causa é uma infecção viral já conhecida. Compressas mornas podem aliviar desconforto, mas se a íngua não regredir, não tente automedicação: procure um médico. 

5. Qual especialista devo procurar? 

O otorrinolaringologista especializado em cabeça e pescoço é o profissional mais indicado. Dependendo da suspeita, o médico pode encaminhar para hematologista ou oncologista. 

Foto de Dr. Francisco Amorim

Dr. Francisco Amorim

Dr. Francisco Amorim é Doutor pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Mestre pelo Hospital Heliópolis. Ele é Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (TCBC) e atua como médico credenciado nos Hospitais Mater Dei Premium e Israelita Albert Einstein, em Goiânia-GO.
Membro ativo da Sociedade Latino-Americana de Laringologia e Fonocirurgia, Sociedade Latino-Americana da Tireoide, Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
É diretor técnico do Instituto da Tireoide & Laringe (ITL), além de pesquisador e autor de artigos na área, destacando-se por sua contribuição significativa à ciência médica.

CONHEÇA MAIS SOBRE O AUTOR