Instituto da Tireoide e Laringe

Estou tendo muitos problemas na tireoide: é melhor tirar ou tem tratamento?

Você vem enfrentando problemas com a tireoide e está se perguntando: “Será que preciso operar? Não tem outro jeito?” 
Essa dúvida é muito comum, e a boa notícia é que, na maioria dos casos, a cirurgia não é a primeira opção 

Existem diferentes tipos de distúrbios na tireoide, e muitos deles têm tratamento clínico eficaz, sem a necessidade de retirar a glândula. 

Neste blog, vamos te ajudar a entender melhor como funciona a tireoide, quais são os problemas mais comuns, quando a cirurgia pode ser indicada e quais são as opções de tratamento disponíveis.  

Vamos lá? 

Para que serve a tireoide? 

Ilustração da tireoide
Ilustração da tireoide

A tireoide é uma glândula pequena, em forma de borboleta, localizada na parte da frente do pescoço. Apesar de pequena, ela tem um papel enorme na regulação do seu corpo. 

Ela produz hormônios que atuam no metabolismo, na temperatura corporal, no funcionamento do coração, na digestão e até no humor. 

Quando algo está fora do equilíbrio, o corpo sente — e muito. 

Quais são os problemas mais comuns na tireoide? 

Nem todo problema na tireoide é igual. Veja os principais. 

Hipotireoidismo 

Quando a tireoide produz menos hormônio do que deveria. Causa cansaço, ganho de peso, intestino preso, queda de cabelo, entre outros sintomas. 

Hipertireoidismo 

Quando a tireoide trabalha demais. Pode causar perda de peso rápida, ansiedade, tremores, insônia e batimentos acelerados. 

Nódulos tireoidianos 

Pequenos caroços na glândula. Na maioria das vezes são benignos e não causam sintomas, mas devem ser avaliados. 

Bócio

Ilustração da tireoide aumentada
Ilustração da tireoide aumentada

Aumento do volume da tireoide, que pode ou não estar relacionado a alterações hormonais. 

Doenças autoimunes 

Como a Tireoidite de Hashimoto (que pode levar ao hipotireoidismo) ou a Doença de Graves (relacionada ao hipertireoidismo). 

Câncer de tireoide 

Menos comum, mas precisa de atenção. Geralmente é descoberto em exames de rotina e costuma ter bom prognóstico quando tratado. 

“Essas alterações podem ocorrer em qualquer período da vida, desde o nascimento até no idoso, afetando tanto mulheres como homens. Existe tratamento para ambas as alterações.” 

– Ministério da Saúde 

Quando a cirurgia é indicada? 

A retirada da tireoide (ou parte dela) não é indicada para todo mundo. Ela só é considerada em situações específicas, como: 

  • Presença de câncer ou forte suspeita de malignidade nos nódulos. 
  • Nódulos grandes que causam desconforto, dificuldade para engolir ou respirar. 
  • Hipertireoidismo que não responde ao tratamento clínico ou que provoca crises graves. 
  • Casos de bócio volumoso com compressão em estruturas próximas. 

Mesmo nesses casos, a decisão é sempre individualizada e depende de uma avaliação cuidadosa feita pelo cirurgião de cabeça e pescoço. 

Quando é possível tratar sem cirurgia? 

representação da tireoide e medicamentos para problemas na tireoide sobre fundo azul

Felizmente, muitos distúrbios da tireoide podem ser controlados com medicamentos ou outras abordagens não cirúrgicas. Veja algumas delas: 

  • Hipotireoidismo: é tratado com a reposição do hormônio tireoidiano em doses ajustadas conforme os exames. 
  • Hipertireoidismo: pode ser tratado com medicamentos antitireoidianos ou iodo radioativo. 
  • Nódulos benignos: geralmente são apenas acompanhados. Se crescerem muito, podem ser tratados com técnicas como a radioablação, que reduz o nódulo sem necessidade de cirurgia. 
  • Doenças autoimunes: como a Hashimoto, podem ser acompanhadas e tratadas conforme os sintomas e os níveis hormonais. 

O mais importante é o acompanhamento regular com exames e consultas. 

Como é feito o diagnóstico correto? 

Antes de tomar qualquer decisão, é essencial saber o que está realmente acontecendo com a sua tireoide. O médico pode solicitar: 

  • Exames de sangue: para avaliar os níveis de TSH, T3, T4 e anticorpos antitireoidianos. 
  • Ultrassonografia da tireoide: para verificar a presença de nódulos, seu tamanho e características. 
  • Punção aspirativa: quando necessário, para analisar se o nódulo é benigno ou maligno. 

Esses exames ajudam o especialista a indicar o tratamento mais adequado para o seu caso. 

E se for preciso tirar a tireoide? 

Se for necessário retirar total ou parcialmente a glândula, a cirurgia – chamada de tireoidectomia – é segura, e o paciente continua tendo uma vida normal com o uso diário de reposição hormonal. 

Após a cirurgia, o corpo não produz mais os hormônios tireoidianos naturalmente, então será necessário tomar medicamentos regularmente para manter o equilíbrio hormonal. 

O mais importante é o acompanhamento médico contínuo, para manter a dose adequada e garantir qualidade de vida. 

Cirurgia é sempre a última opção

paciente conversando com médico sobre problemas na tireoide

Sim, a cirurgia é considerada apenas quando não há outra alternativa eficaz. Muitos problemas da tireoide são resolvidos com medicamentos, mudanças no estilo de vida ou procedimentos minimamente invasivos. 

Se você está passando por problemas na tireoide, saiba que você não está sozinho(a) e que existe tratamento 

Em muitos casos, a solução não envolve cirurgia — e sim, um acompanhamento cuidadoso, exames regulares e a escolha do tratamento mais adequado ao seu caso.

A medicina atual oferece diversas formas de tratamento que priorizam sua saúde, segurança e bem-estar. 

A tireoide é pequena, mas sua importância é enorme. Por isso, cuide dela com atenção e, acima de tudo, busque sempre orientação médica de confiança. 

Perguntas Frequentes

1. Todo problema na tireoide precisa de cirurgia?

 Não. A maioria dos casos pode ser tratada com medicamentos ou acompanhamento médico. A cirurgia é indicada apenas em situações específicas. 

2. Quando a cirurgia da tireoide é realmente necessária? 

Quando há suspeita ou confirmação de câncer, nódulos grandes com compressão, ou hipertireoidismo que não responde a outras terapias. 

3. Hipotireoidismo tem cura? 

Não tem cura, mas é controlado com reposição hormonal (levotiroxina), permitindo vida normal. 

4. Nódulo na tireoide sempre significa câncer? 

Não. A grande maioria dos nódulos é benigna e pode ser apenas acompanhada com exames regulares. 

5. É possível tratar um nódulo sem cirurgia? 

Sim. Técnicas como a radioablação podem reduzir nódulos benignos sem a necessidade de remoção da glândula. 

6. O que acontece se eu tirar a tireoide? 

Será necessário repor os hormônios tireoidianos por toda a vida, com acompanhamento médico regular. 

Dr. Francisco Amorim

Dr. Francisco Amorim

Dr. Francisco Amorim é Doutor pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Mestre pelo Hospital Heliópolis. Ele é Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (TCBC) e atua como médico credenciado nos Hospitais Mater Dei Premium e Israelita Albert Einstein, em Goiânia-GO.
Membro ativo da Sociedade Latino-Americana de Laringologia e Fonocirurgia, Sociedade Latino-Americana da Tireoide, Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
É diretor técnico do Instituto da Tireoide & Laringe (ITL), além de pesquisador e autor de artigos na área, destacando-se por sua contribuição significativa à ciência médica.

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