Resumo da Opera III - Estenose Subglótica Idiopática
O Resumo da Ópera desta semana traz um artigo que fala sobre a estenose idiopática (de causa desconhecida), uma doença rara que muitas vezes passa despercebida pelos especialistas: diagnóstico tardio de Estenose Subglótica Idiopática (iSGS).
O que é a estenose subglótica idiopática?
A estenose subglótica idiopática é uma doença rara com risco de vida, causada por obstrução extratorácica das vias aéreas, região subglótica e traqueia proximal.
A iSGS surge em indivíduos saudáveis e afeta predominantemente mulheres entre 30 e 50 anos de idade.
Quais são os sintomas?
Os sintomas respiratórios consistem em dispneia com piora progressiva, acompanhada de estridor e, às vezes, rouquidão nos casos mais avançados.
Indivíduos com esta doença muitas vezes necessitam de várias cirurgias por ano para aliviar os sintomas, incluindo dilatação endoscópica da estenose por balão ou ressecção com anastomose término-terminal.
Por que a estenose subglótica idiopática é difícil de ser diagnosticada?
Devido à sua rara prevalência, a estenose subglótica idiopática é muitas vezes difícil de diagnosticar corretamente, o que leva ao atraso no seu tratamento.
A literatura revela que uma porcentagem significativa dos casos apresenta atraso em seu diagnóstico (58% dos pacientes com estenose subglótica idiopática relataram atraso no diagnóstico).
Isso resulta em consequências para os indivíduos que recebem medicamentos ou cirurgias desnecessárias, consultas médicas adicionais ou hospitalizações e continuam a sofrer de dispneia e outros sintomas causados por esta enfermidade.
Os autores enfatizam que o diagnóstico da iSGS é frequentemente confundido com outros tipos de doenças, incluindo asma, doença alérgica nasossinusal, disfunção paradoxal das pregas vocais e DRGE (refluxo gastroesofágico).
Um dado alarmante descrito pelos autores deste artigo é que 33% a 37% dos pacientes com estenose subglótica idiopática acabam sendo diagnosticados erroneamente como asma antes do diagnóstico preciso de estenose subglótica idiopática.
Quais são as consequências do atraso no diagnóstico? Veja detalhes do estudo
Os autores fizeram uma revisão retrospectiva de prontuários de 124 pacientes com estenose subglótica idiopática na Universidade Johns Hopkins.
Enfatizam que o atraso no diagnóstico da estenose subglótica idiopática tem consequências significativas para os pacientes.
Além de prolongar a dispneia dos pacientes, o atraso resulta em visitas desnecessárias ao pronto-socorro, hospitalizações e cirurgias, o que gera custos de saúde desnecessários.
Os pacientes com maior atraso no diagnóstico tiveram maior número de atendimentos de urgência, conforme evidenciado pela correlação positiva entre atraso no diagnóstico e visitas ao pronto-socorro.
Além disso, 9 indivíduos (do estudo em questão) tiveram procedimentos que poderiam ter sido evitados com um diagnóstico precoce de estenose subglótica idiopática, incluindo fundoplicatura de Nissen, cateterismo cardíaco, ablação do adesivo de entrada gástrica, amigdalectomia e septoplastia.
Essas cirurgias desnecessárias destacam doenças que são confundidas com estenose subglótica durante a avaliação, incluindo refluxo gastroesofágico e rinossinusite crônica.
Além disso, quatro pacientes nesta coorte necessitaram de traqueostomia, o que sugere que a estenose das vias aéreas desses pacientes era grave o suficiente para exigir intervenção urgente nas vias aéreas.
Essas consequências negativas impactam significativamente a qualidade de vida do paciente e podem ser evitadas com uma avaliação precoce por médicos familiarizados com a doença.
Um achado esperado deste estudo é que o encaminhamento precoce para um otorrinolaringologista estava intimamente relacionado ao diagnóstico e tratamento precoce da estenose subglótica idiopática.
Os otorrinolaringologistas foram os principais especialistas a diagnosticar e tratar a estenose subglótica idiopática, provavelmente devido à familiaridade dos otorrinolaringologistas com essa doença rara e ao uso rotineiro da laringoscopia/naso flexível, que foi o exame complementar mais comum para avaliar o estreitamento das vias aéreas.
Os autores finalizam relatando a importância de se aumentar a conscientização sobre a estenose subglótica idiopática durante a educação médica continuada de clínicos gerais, pois isso poderá ajudar os médicos a fazer encaminhamentos apropriados de pacientes com sintomas de estridor e dispneia, típicos de uma obstrução extratorácica, para o especialista.
Desta forma, esses pacientes se beneficiariam de uma avaliação mais aprofundada e encaminhamento mais precoce ao seu tratamento.
Se você apresenta sintomas como dispneia progressiva, estridor ou rouquidão, é importante procurar um médico especialista para um diagnóstico adequado.
O Instituto da Tireoide & Laringe está à disposição para oferecer avaliação adequada e tratamento. Nossa equipe especializada está pronta para te atender e oferecer o suporte necessário para o seu bem-estar.
O que é a Estenose Subglótica Idiopática?
A Estenose Subglótica Idiopática (iSGS) é uma doença rara que causa obstrução das vias aéreas na região subglótica e traqueia proximal, dificultando a respiração. Ela ocorre sem causa conhecida e afeta principalmente mulheres entre 30 e 50 anos.
Quais são os sintomas da Estenose Subglótica Idiopática?
Os principais sintomas incluem dispneia progressiva (dificuldade para respirar), estridor (som alto ao respirar) e, em casos mais graves, rouquidão. Esses sintomas pioram com o tempo e podem afetar significativamente a qualidade de vida.
Quais são as consequências de um diagnóstico tardio?
O atraso no diagnóstico pode resultar em tratamentos desnecessários, como cirurgias ou medicamentos incorretos, além de visitas frequentes ao pronto-socorro e hospitalizações, prolongando os sintomas e aumentando os custos de saúde.
Como é feito o diagnóstico da Estenose Subglótica Idiopática?
O diagnóstico é geralmente realizado por otorrinolaringologistas, que utilizam exames como a laringoscopia flexível para avaliar o estreitamento das vias aéreas e confirmar a presença da doença.