Você já ouviu falar de cálculos na vesícula, pedra na vesícula ou pedra nos rins? Bem, assim como essas condições, também existem os cálculos nas glândulas salivares. Mas o que são esses cálculos e como eles podem afetar nossa saúde?

Continue lendo e descubra mais sobre essa condição, bem como diagnosticar e tratar corretamente.

Qual a importância das glândulas salivares?

As glândulas salivares são responsáveis por produzir a saliva, que desempenha um papel essencial na nossa saúde oral e geral. Elas estão localizadas na face, com destaque para as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. Juntas, essas glândulas produzem mais de 1 litro de saliva por dia, ajudando na digestão, na lubrificação da boca e na prevenção de problemas bucais.

No entanto, quando ocorre uma obstrução nos canais que drenam a saliva em direção à boca, podem surgir problemas complicados.

O que são cálculos nas glândulas salivares?

Os cálculos nas glândulas salivares, também conhecidos como sialolitíase, são a causa dessa obstrução. Eles se formam a partir do acúmulo de sais minerais, como carbonato de cálcio e fosfato de cálcio, que se cristalizam ao longo do tempo.

Imagine isso como pequenos grãos de areia que, quando se juntam, podem se transformar em pedras. Esses microcálculos, com o passar do tempo, podem crescer e bloquear a passagem da saliva até a nossa boca. Isso pode resultar em uma série de sintomas desconfortáveis e complicantes, incluindo dor e inchaço na face.

Quais são os sintomas?

A sialolitíase, ou seja, a presença de cálculos nas glândulas salivares, é a causa mais comum e frequente de inchaço e dor na região facial, especialmente nas áreas próximas às glândulas salivares. Essa condição afeta predominantemente homens com idades entre 30 e 60 anos.

Os principais sintomas são:

• Inchaço na região facial.
• Dor durante a mastigação.
• Mau gosto na boca.
• Boca seca.

Quais são as causas dessa condição?

Embora a causa exata não seja conhecida, diversos fatores estão associados a essa condição. Vamos examinar algumas das principais causas envolvidas:

Ingestão inadequada de líquidos

A quantidade e a qualidade da saliva produzida estão diretamente relacionadas à nossa ingestão de líquidos. Cerca de 90% da saliva é composta de água, e quando não ingerimos líquidos suficientes ao longo do dia, a saliva pode se tornar mais concentrada e densa. Isso cria um ambiente favorável para a formação de cálculos nas glândulas salivares.

Uso de medicamentos

Alguns medicamentos, como diuréticos, anti-hipertensivos e medicamentos psiquiátricos estão associados à formação de cálculos nas glândulas salivares. Essas substâncias podem afetar a composição da saliva e aumentar o risco de cristalização de sais minerais.

Fumar ou mascar tabaco

O tabaco, em suas várias formas, pode desencadear processos inflamatórios nos dutos das glândulas salivares. Essa inflamação pode contribuir para a obstrução dos canais, aumentando o risco de formação de cálculos.

Má higiene bucal

A higiene oral adequada desempenha um papel fundamental na prevenção de problemas nas glândulas salivares. A falta dela pode levar ao acúmulo de bactérias e detritos, contribuindo para a formação de cálculos.

Doenças subjacentes

Algumas condições médicas, como a gota, que envolve o acúmulo de ácido úrico no corpo, também podem aumentar o risco.

Estreitamento dos canais salivares

Doenças inflamatórias que estreitam os canais salivares também podem predispor à formação de cálculos. Essa é uma condição mais complexa que pode requerer atenção médica especializada.

Como é feito o diagnóstico de cálculo nas glândulas salivares?

Para determinar essa condição, o médico especialista em cabeça e pescoço utiliza uma abordagem diagnóstica que combina exames clínicos e, em alguns casos, exames complementares.

Exame físico

Durante esse exame, o médico verificará a região afetada, procurando inchaço, sensibilidade e outras alterações na área.

Histórico

O médico também pode fazer perguntas sobre seus sintomas, histórico médico pessoal e familiar, uso de medicamentos e outros fatores que possam estar relacionados.

Exames de imagem

Para obter uma visão mais detalhada das glândulas salivares e dos cálculos, podem ser realizados exames de imagem, que podem incluir:

• raio-x;
• tomografia da face;
• ultrassom;
• ressonância magnética.

Qual é a forma de tratamento?

A boa notícia é que, atualmente, a medicina dispõe de tecnologias avançadas e menos invasivas para diagnosticar e tratar cálculos nas glândulas salivares. Uma dessas inovações é a sialoendoscopia, uma técnica moderna que tem demonstrado grande eficácia.

A sialoendoscopia é uma tecnologia desenvolvida e bem-sucedida na Europa, que utiliza pequenos telescópios inseridos nos canais dos dutos das glândulas salivares. O objetivo é visualizar a estrutura interna das glândulas, permitindo tanto o diagnóstico quanto a possibilidade de tratamento no mesmo procedimento.

Do ponto de vista cirúrgico, ela possibilita a introdução de microinstrumentos dentro dos canais das glândulas para o tratamento dos cálculos. Quando esses cálculos são de maior dimensão, a fibra do laser pode ser usada para quebrá-los em partes menores, facilitando sua remoção. Isso restaura a capacidade da glândula salivar de produzir e drenar saliva para a boca. O procedimento é realizado com anestesia geral leve, permitindo que o paciente retorne para casa logo após a intervenção.

Se você está enfrentando esses sintomas ou qualquer desconforto relacionado às glândulas salivares, saiba que o tratamento moderno e menos invasivo está disponível para restaurar sua saúde e qualidade de vida.

Acompanhe o vídeo do Dr. Francisco Amorim e saiba mais sobre o assunto: